Sério?! Vocês tem certeza?! Eu duvido que consigam chegar ao final do texto, mas vou tentar fazer isso de uma forma agradável. O Brasil é um país tropical de dimensões continentais blá blá blá... podemos pular os pormenores, não é? Então, para entendermos o porque de gostarmos de futebol, é importante entender um pouco o que é o futebol.
Sob a ótica de quem não entende ou simplesmente não gosta, o futebol é uma forma tola de várias pessoas correrem atrás de uma bola. Não é uma inverdade, mas também não é uma verdade absoluta. É necessário separarmos um pouco o futebol como negócio do futebol da quarta à noite e do sábado à tarde. Vamos começar com o futebol de quarta e sábado (que muitos homens praticam) e depois passaremos para o futebol negócio (aquele que a gente assiste nos estádios ou pela televisão).
Logo depois que a gente começa a correr (mesmo cambaleando), nosso pai (não a nossa mãe) nos dá uma bola de presente. E aquela coisa redonda e sem gosto, já que não podemos comer (a gente ganha a bola na idade em que queremos comer qualquer coisa), exerce um certo fascínio em nós. Então, começamos a chutar e correr feito idiotas desde cedo, mesmo com as severas ameaças e proibições dos nossos pais, pois começamos a chutar tão forte que fazemos muito barulho. Eu mesmo já quebrei algumas vidraças e tomei alguns castigos por conta disso. E tudo vai piorando, pois a gente começa a fazer educação física na escola. Então, a gente desenvolve um espírito competitivo do inferno, onde a gente convive com a séria possibilidade de sermos "perebas". Sabe aquelas pessoas que de fato não conseguem fazer algo e todo mundo percebe a sua falta de habilidade? São os perebas. No futebol da educação física é assim. E o futebol é meio elementar, ou seja, mesmo você não sendo dotado de muita esperteza ou alguma inteligência, você consegue saber quem são os perebas e quem são os "bons de bola".
Certo, mas por enquanto somos crianças, não temos muito a perder... este texto corre sérios riscos de estar ultrapassado, tendo em vista que nos tempos atuais, tudo tem uma velocidade muito grande e muda muito rápido, mas boa parte dele tem relatos pessoais dentro da narrativa, portanto, perdoem se algo parecer nostálgico e vencido.
Pois bem, quando atingimos a adolescência, é um momento crucial para a assimilação do futebol em nossas vida. Quando as garotas chegam à adolescência, elas são notadas, são os alvos de vários olhares. Quando os garotos chegam à adolescência, existem duas linhas da vida que irão determinar o tipo de homem que eles serão: a primeira leva para o caldeirão dos inertes. É aquele lugar onde você é só mais um mané que estuda na escola como muitos outros e joga um futebolzinho meia boca. Seu futuro é como comentarista de pelada, perna de pau que virou piadista e espectador. A segunda te leva para o seleto grupo dos reis do pedaço porque você é bom de bola.
Quando o garoto é bom de bola, ele é popular, ele tem torcida (sim, as garotas torcem para ele) e ele poderá curtir os benefícios do talento futebolístico. Tudo isso tem sua importância em sua época, mas vai virar apenas lembranças de um tempo que não volta. Diferença para os que seguiram como atletas e conseguiram obter êxito em suas carreiras.
Pois então, uma vez que nos tornamos adultos, continuamos com aquele espírito competitivo do inferno, onde tentamos ser melhores que os demais (e geralmente não somos), mas com objetivos diferentes. Agora o objetivo é fazer resenha com os amigos, beber, falar mal dos perebas, contar vantagem dos feitos durante a pelada e em um grau subliminar, espantar o mal estar dos dias difíceis no trabalho (conhecido como stress).
Mas não acaba aí... lembra do futebol negócio? Como não nos tornamos craques de futebol e não jogamos profissionalmente, a gente assiste no estádio ou pela TV. Este é o futebol negócio. E a gente se transforma em narrador, técnico, conselheiro, corneteiro, enfim, a gente vive o futebol como se tivéssemos um parente bem próximo lá, correndo atrás da bola... E a maioria dos homens escolhe (ou é escolhido) por um time. Daí a gente quer saber como o time está jogando, quem são os jogadores, quais as posições que jogam, quanto ganham, como vivem, o que pensam (pensam?). Espere aí... não tem uma revista que fica falando dos artistas, que são fotografados em uma ilha, um castelo, sei lá... que preguiça que eu tenho disso, gente.
O fato é que seja em época de Copa do Mundo ou em um jogo de amadores, lá estaremos nós, torcendo a favor ou contra, ou simplesmente tentando encontrar algum espaço para soltar boas risadas... e se não for pessoalmente, será pela televisão. Acho que o futebol está para os homens tal qual as novelas estão para as mulheres. Mas eu nunca vi nenhuma mulher encenando as novelas na quarta e no sábado e também nunca vi programas de debates das novelas todos os dias às 13 horas e aos domingos pela manhã. Fazer o que?!
Apenas para constar, é claro que muitos homens assistem novelas, talvez na mesma proporção que as mulheres, mas pelo outro lado, poucas mulheres gostam do futebol ao ponto de conhecer as regras, a parte técnica, a parte tática, o jogo em si... e mulheres que entendem e comentam futebol, geralmente são um charme... eu acho... :-)
A gente se vê depois? Então tá... até breve!
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